Laboratório brasileiro deve atingir faturamento de R$ 1 bilhão neste ano.
Kléber Vargas Nunes, diretor técnico, disse que a meta da companhia é atingir receita de R$ 2 bilhões em 2025 apostando em novos medicamentos — Foto: Divulgação
A farmacêutica brasileira Apsen irá investir R$ 200 milhões nos próximos cinco anos para dobrar a produção no país. O plano da companhia é chegar a cerca de 90 milhões de unidades por ano. Atualmente, a empresa tem em seu portfólio 50 medicamentos e para este ano o faturamento bruto da empresa deverá chegar a R$ 1 bilhão, alta de cerca de 20% no comparativo com 2019.
A Apsen, que completa 51 anos em 2020, deve lançar 110 medicamentos nos próximos cinco anos, sendo que 75% serão desenvolvidos pela empresa. Com a expansão e os novos produtos que estão em desenvolvimento, a farmacêutica nacional, de acordo com o diretor de técnico da companhia, Kléber Vargas Nunes, a meta é dobrar o faturamento em 2025, chegando a mais de R$ 2 bilhões de receita bruta.
“Em 2015, quando formulamos o planejamento estratégico para chegarmos a R$ 1 bilhão de receita, tínhamos um portfólio com 35 produtos. Hoje, temos 50, sendo que 42% de nossa receita vem de novos medicamentos”, disse Nunes ao Valor.
A farmacêutica investe anualmente 10% do faturamento em inovação, seja ela incremental ou novos medicamentos. “O nosso foco é trabalhar com produtos diferenciados e inovadores. Por isso, fomos para o segmento de prescrição e fazemos parcerias com farmacêuticas internacionais para trazer produtos inovadores para o mercado brasileiro”, afirmou o executivo.
A Apsen tem três fortes áreas de atuação: sistema nervoso central; músculo esquelético, em que fornece medicamentos para o tratamento de doenças ortopédicas e reumatológicas; e o de especialidades, em que há produtos para gastrologia, urologia e pediatria.
O diretor de vendas e marketing da Apsen, Márcio Castanha, ressaltou que dentro do plano estratégico da companhia, para os próximos cinco anos, a empresa deverá entrar em novas especialidades, como cardiologia e endocrinologia. “O faturamento é bem equilibrado nas três linhas. A nossa estratégia é manter o desenvolvimento de novos produtos e manter a competitividade em todas as áreas de atuação.”
Dentro desse plano de expandir o portfólio para outras áreas, a companhia está trazendo para o Brasil o primeiro medicamento psicobiótico do país. Segundo a Apsen, o produto é um probiótico – um suplemento alimentar – que atua na microbiota intestinal e auxilia na melhora dos quadros de ansiedade, estresse e outros transtornos psiquiátricos. “Os psicobióticos são um grupo de microorganismos vivos que interferem na função cognitiva e, quando ingeridos em quantidades adequadas, produzem benefícios para a saúde mental”, informou a Apsen, acrescentando que o medicamento chega ao mercado este mês produzido pelo laboratório canadense Lallemand.
Castanha ressaltou que esse produto foi inovador porque foi o único que conseguiu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da ansiedade. “Para probióticos, a única aprovação que existia no Brasil era para o equilíbrio da microbiota intestinal. Mas, apresentamos um estudo clínico robusto que proporcionou esse registro. Demoramos três anos do início do projeto até a aprovação.”
Segundo ele, a ideia, é que essa nova linha da Apsen tenha, pelo menos, 10 medicamentos, sendo que parte será desenvolvido pela equipe de pesquisa da companhia. “São mercados que crescem muito no país. O de probióticos tem um faturamento de R$ 630 milhões e cresce 10% ao ano. Já ansiedade chega a R$ 680 milhões. Esse produto que lançamos oferece ao médico a condição de indicar um suplemento com zero efeito colateral.”
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Fonte: Valor Econômico