Estamos no mês de abril, que tem como marco a campanha mundial de conscientização por uma causa importante: o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Com o objetivo de disseminar informações, assim como acabar com estereótipos, preconceitos e incluir a população autista nos diversos setores sociais, a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008, instituiu o dia 2 de abril como data oficial acerca do tema – com atividades que se estendem por todo o mês.
Somando forças à campanha, vamos contar a história de Walter Costa Junior, coordenador da área de Transformação da Apsen. Ele recebeu o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) tardiamente, apenas aos 41 anos.
Sobre Walter:
“Sempre me achei diferente dos demais adolescentes. Aos 18 anos, comecei a fazer terapia e tratei algumas questões, como síndrome do pânico. Há 1 ano, li uma matéria sobre uma mulher que foi diagnosticada com autismo aos 60 anos. O relato dela falava muito sobre mim. Eu me encaixava em muitas das coisas que ela falava. Eu vi que poderia estar dentro do espectro e levei isso para o consultório médico.”
No Brasil, não há um mapeamento consistente sobre quantas pessoas possuem o diagnóstico do TEA. Há uma estimativa, baseada na principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo, o Centro de Controle de Prevenção e Doenças (CDC), dos EUA:
“Uso habilidades do espectro como hiperfoco, criação de rotina, padronização, para o meu dia a dia. Isso facilita com que eu desempenhe as minhas atividades da melhor forma possível. A Apsen é uma empresa que aproveita os seus talentos de modo diverso. Mesmo estando dentro do espectro, tenho a capacidade de exercer atividades aqui dentro da melhor forma.”
Apesar de não ter entrado na Apsen por meio de políticas de inclusão, já que desconhecia o diagnóstico na época, Walter ressalta a importância de as empresas assumirem critérios de contratação de pessoas neuroatípicas.
“Muitos processos seletivos envolvem dinâmicas de grupo. Um autista, uma pessoa neurodivesa, tem dificuldade de lidar com esse tipo de situação. Com toque, com muitas pessoas em volta, com barulho… Ela tem hipersensibilidade a muitas coisas. Então, essas dificuldades, como dinâmicas de grupo, podem dificultar que uma pessoa autista passe em processos seletivos. É super importante que existam políticas de diversidade e inclusão, para que essas pessoas neurodiversas possam ser integradas.”
Apesar dos desafios, ele destaca as habilidades das pessoas autistas como diferencial para empresas e para o mercado de trabalho: “Elas têm comportamentos diferentes, mas também têm habilidades diferentes, que podem agregar muito a um time de trabalho. Então, quando você tem uma política de inclusão, essas pessoas contribuem com o time que vão participar”.
“É possível um autista chegar a todos os lugares que ele desejar. A gente pode ocupar todos os espaços. Para isso, a gente precisa de suporte psiquiátrico, terapia… Isso ajuda a gente a se desenvolver, a desenvolver nossos comportamentos, para chegarmos a objetivos maiores. Cada pessoa, dentro do espectro, tem suas particularidades. O mais importante é saber respeitar e incluir essas pessoas.”
Hoje, temos orgulho de dizer que Walter faz parte da Nação Azul.
*Atualização bienal, com dados de 2020.